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Pela Lei nº 13.415/2017, foram estabelecidas as diretrizes para o chamado Novo Ensino Médio. De acordo com o decreto que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, uma série de mudanças na estrutura do último ciclo do estudante pela Educação Básica traz alterações na carga horária, currículo, entre outros detalhes acerca do Ensino Médio oferecido nas escolas. A ideia, de acordo com o Ministério da Educação, é aproximar a educação à realidade dos jovens, tendo em vista as novas demandas do mundo e a sociedade na qual eles estão inseridos. 

Esta é a introdução da reportagem especial publicada este mês pelo blog da Editora Palavras, especializado em Educação. Para fundamentar a matéria, a jornalista Maria Beatriz Melero entrevistou a professora Cristina Cardoso (foto), coordenadora pedagógica da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Antônio Vieira. Confira a íntegra da entrevista e, em seguida, a reportagem da Editora Palavras.

EDITORA PALAVRAS- Qual é a diferença entre a LBD e DCN e por que é importante ficar atento a essa diferenciação?

Prof. Cristina Cardoso- A LDB é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Ela é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil da Educação Básica ao Ensino Superior. A última atualização da LBD foi realizada em 1996 e, por essa razão, o documento oficial ficou conhecido com LDB 9394/96. As DCN são as Diretrizes Curriculares Nacionais. Elas são o conjunto de normas obrigatórias para a Educação Básica e que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). As DCN definem as competências e diretrizes para a Educação Básica. Por isso, embasa a elaboração dos currículos e dos conteúdos mínimos para garantir uma formação comum. O objetivo das Diretrizes Curriculares é assegurar a autonomia da escola e da proposta pedagógica. A diferença entre os documentos está no fato de que a BNCC estabelece o que deve ser ensinado e reforça a concepção da criança e do adolescente como protagonista de sua aprendizagem. Além disso, institui os cinco Campos de Experiências e objetivos de aprendizagem baseados nos seis Direitos de Aprendizagem. Ao tempo em que as Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias para a Educação Básica que têm como objetivo orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino, norteando seus currículos e conteúdos mínimos. Por essa razão é importante ficar atento ao que preconiza cada documento, pois um complementa o outro.

O Novo Ensino Médio traz uma série de mudanças práticas. Poderia indicar algumas que acredita serem as mais importantes e por que elas merecem destaques?

Dentre as mudanças propostas, acredito que a implantação do Projeto de Vida e a possibilidade da escolha do Itinerário Formativo são as mais relevantes. O Projeto de Vida proporciona ao aluno o autoconhecimento e possibilita uma escolha mais consciente de sua carreira profissional, ancorada em suas habilidades e competências que serão utilizadas ao longo de sua vida. Com o Itinerário Formativo será possível escolher, estudar o que gosta e o que faz sentido para o aluno. Dessa forma, o protagonismo de cada estudante entra em ação, como agente de sua aprendizagem.

Uma das mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio é a possibilidade da adaptação do currículo de acordo com as realidades locais da escola, comunidade e do estudante. Na prática, o que isso significa?

Essa é a proposta dos Itinerários Formativos que tratam da parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio e correspondente a, pelo menos, 1.200 horas totais. Eles possibilitam a contextualização do que é ensinado em relação à realidade da instituição e permitem que os estudantes se aprofundem nas áreas que interessam mais. Significa que as escolas podem desenhar os seus currículos de acordo com o interesse dos alunos e com a necessidade e objetivo de cada região ou comunidade.

Recentemente, o Governo liberou o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio. Como colocar em ação o Novo Ensino Médio tendo em vista a realidade de cada unidade de ensino (pública e privada), as diferenças regionais (recursos financeiros, de pessoas etc)?

A implementação será um desafio muito grande para todas as escolas, pois ela passa pela reestruturação do currículo, pela formação dos professores e também requer uma escuta sensível dos desejos da comunidade discente. É preciso, também, em algumas situações, a estruturação do espaço físico da escola, e tudo isso alinhado aos recursos financeiros disponíveis de cada instituição. Será um processo longo, por isso, é indispensável uma comunicação forte com as famílias e com toda a comunidade escolar para “explicar” a nova proposta educacional. Essa é uma mudança profunda de concepção de ensino e aprendizagem, sendo extremamente necessária para que os nossos alunos continuem desejando aprender e percebam sentido no papel da formação escolar.

Clique abaixo e confira estas e outras informações publicadas na reportagem da Editora Palavras!