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Como envolver adolescentes da era digital na prática da pesquisa científica? Como ter estudantes tão jovens já engajados em metodologias científicas que, na maioria das vezes, só eram adotadas por pesquisadores universitários e em pós-graduação? No Colégio Antônio Vieira, os professores de Ciências e Iniciação Científica têm conseguido motivar os estudantes do 6º, 7º e  8º anos do Ensino Fundamental (EF) para desenvolverem projetos científicos, ao mesmo tempo em que se aprofundam na aprendizagem em áreas diversas, como saúde, astronomia, meio ambiente e tecnologia. A adoção de linguagens tecnológicas e o estímulo ao protagonismo que, naturalmente, já despertam o interesse do aluno do século 21 estão entre as razões dos resultados obtidos pela equipe pedagógica nas atividades de codocência envolvendo as duas disciplinas. A Iniciação Científica do Vieira até já se tornou tema de pesquisa acadêmica.

Este ano, por exemplo, os alunos produziram banners científicos, usando todos os princípios básicos de apresentação de teses e projetos. A forma de apresentação dos textos, que já era normalmente utilizada nas apresentações dos projetos da ExpoCiência, foi agora trabalhada, como parte da atividade em sala de aula, envolvendo duas etapas: a primeira, a construção de um escopo de projeto científico, em que as equipes registraram, em um formulário eletrônico, a justificativa sobre a importância da escolha do tema para a sociedade e para a Ciência e, posteriormente, o desenvolvimento de um banner, de acordo com a metodologia científica, com o intuito de promover a apropriação do assunto e divulgar os resultados da pesquisa. “Após a conclusão das etapas, os alunos que se sentiram à vontade para compartilhar suas produções tiveram a oportunidade de realizar uma apresentação oral durante as aulas, desenvolvendo o protagonismo”, contam as professoras que conduziram a atividade.

São elas: Cynthia Marques, que leciona Ciências (8º ano EF) e Iniciação Científica (6º ano EF); Juliana Gallo, de Ciências (7º ano EF) e Iniciação Científica (8º ano EF); Marize Coelho, de Ciências (6º ano EF) e Iniciação Científica (7º ano EF) e Maria Goretti Sousa, de Ciências (6º e 7º anos EF). “O trabalho de Ciências, como a Iniciação Cientifica no Ensino Fundamental, garante um despertar para vocação de pesquisa científica, de forma espontânea e lúdica, o que, no futuro, pode revelar talentos em potencial”, diz a professora Maria Goretti. “O desenvolvimento da pesquisa científica estimula o senso crítico, a criatividade e a visão de mundo dos estudantes, preparando-os para o futuro como profissionais e cidadãos participativos, na construção de uma sociedade em constante evolução”, completa a professora Juliana Gallo.

POPULARIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

De acordo com a professora Cynthia Marques, “a divulgação dos trabalhos científicos por meio de banners, permitiu que os  alunos percebessem o dinamismo da Ciência e vivenciassem a metodologia científica, além de reconhecer novas formas de popularização do conhecimento científico, possibilitando-os uma compreensão mais precisa da pesquisa divulgada”. Já a professora Marize Coelho ressalta que “habilidades, como o diálogo, a argumentação, a autogestão, a criatividade, o desprendimento, o discernimento e o senso de estética, necessárias para o desenvolvimento desse trabalho, transcendem a investigação e a escrita para a divulgação científica”, como frisa, concluindo: “Mesmo que o estudante não siga a carreira científica, muitas habilidades desenvolvidas e aprimoradas, na Iniciação Científica em parceria com Ciências, serão sempre úteis em outras profissões e outros aspectos da vida”. 

Agora vamos ver alguns do banners produzidos pelos nossos já tão promissores cientistas?

Fotos:  Secop/CAV e Science Week.