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Das guerras e conflitos geopolíticos à expressividade de blocos econômicos, como o Brics (Brasil, Rússia, Índica, China e África do Sul, entre outros). Temas de interesse global estão em discussão na III ONU Intercolegial, aberta nesta terça-feira (11), em Salvador. Trata-se de uma simulação de uma conferência das Nações Unida, marcada pelo protagonismo estudantil e que impressiona pela grandiosidade e nível de realismo. O evento segue até a próxima sexta-feira  (11) no Colégio Antônio Vieira, reunindo estudantes de diversos estados brasileiros de grandes colégios que, assim como o Vieira, integram a Rede Jesuíta de Educação (RJE). É a primeira vez que a capital baiana sedia o evento.  

Na simulação, também conhecida como MUNs, do inglês Model United Nations, jovens estudantes, trajados formalmente como diplomatas e chefes de estado compõem comitês e organismos internacionais das Nações Unidas.  A abertura pelos secretários-gerais da ONU Intercolegial, nesta terça-feira (11), contou com a presença do diretor-presidente da RJE, professor Fernando Guidini, e do secretário executivo da RJE, Pedro Risaff, um dos principais articuladores do evento, além do diretor-geral do Vieira, Prof. Sérgio Silveira, e educadores de outros colégios da RJE, composta por 17 unidades educativas em todo o Brasil: 14 estão participando do evento.       

Nos discursos de abertura, os estudantes Beatriz Costa e João Pontes (foto no topo), enalteceram o empenho dos jovens nos meses que antecederam à realização do evento, com muitos estudos e encontros on-line, tanto para as discussões temáticas pelos que assumem cargos de delegados e chefes de estado nos comitês, quanto na preparação da logística pelo staff e organização da cobertura jornalística da imprensa oficial do evento, também integrada apenas por estudantes.

“É chegada a hora da colheita dos frutos desse brilhante trabalho: durante as sessões e coletivas de imprensa, todos os envolvidos se debruçarão em ricos debates da geopolítica à política nacional, da macroeconomia ao profundo mergulho nos acontecimentos mais relevantes da nossa história contemporânea”, disse João Pontes, pouco antes de baterem o martelo, declarando aberta oficialmente a simulação. (confira, ao final, os temas a serem debatidos por cada comitê).

 EDIÇÃO HISTÓRICA

“É uma honra estar aqui com vocês ao longo desses dias participando da terceira ONU Intercolegial da RJE, uma edição que acontece no ano em que comemoramos os 10 anos da Rede Jesuíta de Educação Básica, ano de celebração no qual recolhemos agradecidos os frutos dessa trajetória e projetamos um futuro de novas aprendizagens, para que possamos, de fato, abraçar a educação integral da pessoa dentro da nossa tradição humanista”, declarou o professor Fernando Guidini, ressaltando o quanto o evento, ao debater sobre questões históricas e plurais, contribui para a formação de jovens conscientes e seguros.

À frente da comissão organizadora do evento, o secretário executivo da RJE, Pedro Risaff, fez uso de uma premissa jesuíta, ao incentivar os participantes.  “Aproveitem cada minuto dessa experiência com a abertura, para acolher o que as situações e as pessoas podem lhe provocar, e a generosidade, para oferecer o seu melhor”, declarou, convidando os estudantes a serem, a partir das aprendizagens do evento, “referência de diálogo e reconciliação” na sociedade contemporânea. 

O diretor-geral do Vieira, professor Sérgio Silveira, deu as boas-vindas aos participantes lembrando que Salvador, primeira capital do Brasil, foi também onde aportaram os primeiros jesuítas que chegaram ao país . “Esta simulação das sessões da Organização das Nações Unidas, promovida pela Rede Jesuíta da Educação (RJE), nos convida a refletir, de maneira séria e completa, as questões globais que dizem respeito a todos nós e nos convoca a nos posicionarmos criticamente ante as situações propostas”, afirmou. 

SOLIDARIEDADE 

Integrantes da comissão organizadora, respectivamente como assessora estratégica e acadêmica do evento, as professoras Léa Pontes e Gigi Albuquerque, do Colégio Antônio Vieira, também proferiram discursos, enaltecendo a participação na organização de educadores de outros colégios jesuítas, com a Profa. Léa Pontes pedindo aplausos. Os pronunciamos em geral foram marcados por palavras de solidariedade e apoio ao Colégio Anchieta, de Porto Alegre, e à toda a população do Rio Grande do Sul pelas tragédias com as enchentes.

 “Sabemos que as adversidades recentes têm causado grande impacto e sofrimento, afetando vidas, famílias e comunidades inteiras. Hoje, mais do que nunca, se faz necessário que o projeto de simulações da ONU, Colegial e Intercolegial possam continuar direcionando suas agendas, debates e propostas de resolução, atentando também para as questões ambientais que se mostram cada vez mais urgentes e desafiadoras. A preservação do meio ambiente exige de todos nós um esforço conjunto e contínuo. É crucial que unamos nossas vozes e ações em prol dessa causa tão importante”, concluiu a Profa. Gigi Albuquerque, na solenidade de abertura pela manhã. À tarde, já foram iniciadas as primeiras sessões nos comitês que seguem até a sexta-feira (4). A programação completa está disponível no site do evento, também gerido pelos estudantes: www.onuintercolegial.com.br

Confira agora os temas em discussão na III ONU Intercolegial

COMITÊS

OEA
Venezuela e Guiana: tensões geopolíticas e a influência externa na América Latina

G-20
Crise Econômica de 2008: a dependência mundial do dólar e a expressividade global do BRIC enquanto reação à sujeição norte-americana

UNHSC (comitê com discussões apenas inglês)
Yom Kippur War (1973)

Ecosoc
Sanções à Coreia do Norte: os impactos socioeconômicos da hegemonia capitalista

Comitê Câmera dos Deputados
A crise política e econômica dos anos 1990 e o impeachment de Collor

Fotos: Secom/CAV.