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O hall de entrada do Vieirão já se consolidou como espaço de exposições do Colégio Antônio Vieira. A partir desta terça-feira (11), como parte da programação especial do Mês da Criança, o local dá vez à arte de Cássio Costa e Waldemir Ornellas que transformam em divertidos brinquedos o que seria visto por muitos como lixo. Sobras de reformas de construção, além de restos de materiais didáticos, como vasilhas de tinta, tampinhas e pedaços de madeira e papelão, estão entre os materiais reciclados pelos artistas. Parte das peças produzidas é apresentada na mostra “Reciclar e Brincar: Preservando Brincadeiras e Nossa Casa Comum”, cuja abertura foi na última terça-feira à noite, com a presença da diretora-geral do Vieira, professora Mariângela Risério.

Carrinhos de lata, pé de balde, vai-e-vem, patinete e jogos educativos estão na relação das produções. No dia a dia, os artistas costumam doar os brinquedos produzidos, levando alegria às crianças. “Faço questão de levar para a Escola Tia Balá, no bairro periférico de São Marcos, em Salvador”, conta Waldemir Ornellas.  Com Licenciatura em Pedagogia, pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias (FAC), ele tem, entre seus projetos, a construção de uma brinquedoteca itinerante.

Já Cássio Costa conta que passou a produzir os brinquedos ao perceber o potencial de reaproveitamento de materiais, muitas vezes jogados no livro. “Sem muitas pretensões, comecei a fazer peças para doar às minhas duas filhas e cada vez ia me desafiando a fazer mais”, revela. Perfeccionista, a qualidade das produções foi se espalhando entre amigos, entre eles, Waldemir, ao qual se uniu para, sempre que possível, também contribuir na produção de brinquedos para crianças carentes. Juntos, eles agora estão se organizando para ministrar oficinas para crianças e adultos que também se interessem em reciclar materiais para fazer brinquedos.  

VALOR AGREGADO

Os artistas, que também atuam na equipe de segurança patrimonial do Vieira, imprimem, assim, alegria, talento, criatividade e também muita solidariedade às produções. Os trabalhos ainda conduzem os espectadores à reflexão sobre a importância da reciclagem para a preservação do meio ambiente, da nossa Casa Comum, podendo ainda tornar o mundo mais bonito, colorido e cheio de brincadeiras.

“O reaproveitamento de materiais por si só já é uma ideia louvável e, quando se faz isso para transformar em brinquedo, ganha um valor agregado, pois a criança vai perceber que ela está brincando a partir de algum material que geralmente é descartado pela maioria das pessoas, dando também a possibilidade dela mesma pensar em também criar novos brinquedos”, diz a professora Sálua Chequer, uma especialista em questões da infância. Ela lembra que, muitas vezes, por conta da rica imaginação, a criança já faz, naturalmente, esse reaproveitamento de objetos para brincar, a exemplo das embalagens dos brinquedos, panelas, baldes e caixas de papelão, plásticos-bolhas etc. 

“A embalagem e objetos usados em outro contexto estão ali totalmente disponíveis para os sonhos e toda a cultura da infância. E nisso a criança é imbatível, até mesmo a criança que ainda existe nos adultos que, assim como Cássio e Waldemir, também são capazes de viver essa magia de criar brinquedos”, conclui a professora Sálua Chequer. Coordenadora de Projetos Culturais do Vieira, ela é quem organiza as mostras do hall do Vieirão e outras ações de valorização da arte e da cultura no colégio.  

Fotos: Secom/CAV.