18.03.22

Exposição Preta celebra Mês da Mulher e aniversário do CAV no Vieirão

Desenhos do artista plástico Elson Júnior impressionam pelo talento, temática e uso de material básico escolar

Exposição Preta celebra Mês da Mulher e aniversário do CAV no Vieirão

A partir do uso de canetas esferográficas, um material básico escolar, os desenhos do artista plástico Elson Júnior  impressionam estudantes do Colégio Antônio Vieira. A exposição Preta, que retrata o cotidiano e a religiosidade de mulheres negras da periferia, está instalada no hall de entrada do Vieirão até o dia 15 de abril, para apreciação, exclusivamente, por alunos e colaboradores. O evento, que marca o Mês da Mulher, integra também a programação especial de aniversário de 111 anos do Vieira, completados no último dia 15 – quando a exposição foi oficialmente aberta ao público-alvo, no início da noite, contemplando os estudantes do programa de Ensino Médio Noturno. 

“Eu achei muito bonita a expressão de tanta arte apenas utilizando canetas tão comuns no nosso dia a dia”, disse a estudante Izabella Santos. No evento de abertura, ela fez questão de ouvir o artista Elson Júnior falar sobre suas inspirações e como começou a explorar as potencialidades artísticas do traço com caneta esferográfica. “Mais do que a técnica, o que me impressionou foi a temática da mulher preta, mostrando toda a beleza de um cotidiano na sociedade que sabemos que, infelizmente, ainda é muito sofrido”, completou a colega Samira Fiais. “Os detalhes dos cabelos, da cor da pele, do olhar, das vestimentas e formas de corpo, tudo está tão bem retratado”, ressaltou a estudante Maria Clara Sales, também do noturno.

As alunas do EM Noturno, Izabella Santos e Maria Clara Santos, ficaram impressionadas com técnica e detalhes retratados 


Elson Júnior gostou de estar presente no momento de primeiro contato dos estudantes com as obras. “O Antônio Vieira é um colégio muito conceituado e acho muito interessante ele estar aberto à arte e a um trabalho diferenciado de uma cultura periférica, sobretudo, com essa temática no mês do aniversário do colégio, no Mês da Mulher”, declarou o artista, completando: “Acredito que todas as iniciativas voltadas para combatermos o racismo estrutural são muito válidas e fazer isso, também por meio da arte, é muito importante também nos espaços educacionais. Que o Vieira seja um exemplo para outras escolas”. Sempre abordando questões étnico-sociais, as obras de Elson Júnior já foram destaque em exposições como Salão Bahia Marina (2009-2015), Bienal Black Brazil Art (2019) e Bienal da UNE (2021). 

Já a estudante Samira Fiais gostou mais da temática abordada

COMEMORANDO COM ARTE

A realização da exposição Preta, no Vieira, é uma iniciativa da Coordenação de Projetos Culturais em parceria com o Comitê para Educação Étnico-racial e de Gênero da escola. “A gente tem revertido a escola com arte em pontos fixos em diversas linguagens, incluindo as exposições que pretendemos realizar o ano inteiro. Assim, nesta celebração dos 111 anos do Vieira e do Mês da Mulher, buscamos ressaltar essa presença da mulher negra retratada por Elson Júnior e que se faz presente em todos e todas nós, sobretudo, nesse momento em que a arte e o projeto para uma educação antirracista estão ainda mais evidenciados na escola”, explicou a professora Sálua Chequer, coordenadora de Projetos Culturais do Vieira e uma referência no cenário cultural de Salvador.

A professora de Arte, Joelma Serra, cumprimentou o artista plástico Elson Júnior pela qualidade dos trabalhos

“Estamos em um período especial de celebrações, e temos a exposição Preta, que reúne representatividade, beleza e estética em favor de uma sociedade mais justa, mais bonita, em que todas as mulheres podem se sentir contempladas”, ressaltou a professora Camila Portugal, que coordena o Comitê para Educação Étnico-racial e de Gênero do Vieira. Membros do Conselho Diretivo do Vieira, a exemplo das diretoras geral e acadêmica, respectivamente professoras Mariângela Risério e Ana Paula Marques, prestigiaram a abertura da exposição, assim como colaboradores, dentre eles, professores de Arte da escola. “Fiquei encantada com a riqueza do trabalho pela forma como Elson traz a questão policromática tão forte, com uma técnica e material alternativo, além da temática do empoderamento da mulher negra”, revelou a professora Joelma Serra.

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