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Nativos digitais, as crianças da geração atual não conseguem se imaginar em um mundo sem a internet. Mas, não mais só elas: o fato é que, nos tempos contemporâneos, é difícil encontrar alguém que, independentemente de idade, não esteja, de alguma forma, conectado, buscando aproveitar o lado bom de estar em rede. Muito ativas no uso da tecnologia, as crianças, por outro lado, são muitas vezes expostas a riscos diversos nas telas, seja por estarem sujeitas a conteúdo inapropriado para a faixa etária delas ou pela possibilidade de contato com pessoas inescrupulosas. Outras vezes, até mesmo por falta de orientação adequada, acabam também cometendo falhas de conduta com outros coleguinhas e usuários, a exemplo dos casos de cyberbullying. 

O Colégio Antônio Vieira está atento à questão. Ao mesmo tempo em que promove formação docente com especialistas como Paula Sibília para que a equipe pedagógica possa melhor trabalhar o tema e as tecnologias digitais de forma consciente em sala de aula, o colégio também realiza palestras para os alunos de diversas séries, visando orientá-los para a questão dos riscos do uso da internet, além de alertá-los para condutas apropriadas, legislações e penalidades previstas para eventuais abusos cometidos.  As ações são intensificadas quando a criança chega na faixa dos 10 a 12 anos, idade em que elas já começam a ser mais presenteadas com smartphones pelas famílias.

RODA DE CONVERSA

Foi nesse sentido que, este mês, estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental do Vieira participaram da Roda de Conversa sobre Uso Responsável das Redes Sociais, conduzida pela gestora de Mídia Educacional e Tecnologia do Vieira, Cláudia Zimmer. “A ideia do encontro era conscientizar os alunos sobre o uso adequado das redes sociais, em um trabalho que já havia sido iniciado com este grupo antes da pandemia. Falamos sobre o que é internet, como acontecia a conexão, identidade digital, endereço de IP, velocidade das informações na rede, o cuidado em estar lidando com o outro, até porque para a gente publicar imagem e áudio de alguém, principalmente criança, é preciso ter permissão dos responsáveis… Tratamos também de questões civis, a exemplo do que acontece com crianças acima de 12 anos quando são cometidos eventuais crimes digitais e as consequências, além de abordarmos a questão do Estatuto do Adolescente, a Lei de Proteção de Dados e temas recentes que já são discutidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, explica a palestrante. 

Na palestra, ainda foram apresentados materiais lúdicos, a exemplo de slides preparados pela equipe de Mídia e Tecnologia Educacional do Vieira, em parceria com o Serviço de Orientação Educacional (SOE) e o Setor de Coordenação Pedagógica (Secop). Foram exibidos também documentos de instituições governamentais e organizações especializadas, como a cartillha Família Mais Segura na Internet, idealizada por um escritório de advocacia que atua em Direito Digital. “Eles gostaram muito dos materiais divulgados e discutiram sobre o fato de muitos terem acesso à internet, sem controle, cuidados e bloqueios necessários”, conta Cláudia Zimmer. 

PAPO SÉRIO

“Foi um papo sério, mas, considerando a faixa etária dos alunos, o tema foi tratado de forma envolvente e dinâmica, permitindo que eles revelassem suas ideias iniciais sobre o assunto e casos que ouviram falar, destacando também se recebem ou não as devidas orientações de suas famílias”, destaca o coordenador-geral do Vieirinha, professor Renato Barros. “Você deixaria seu filho, uma criança, sozinha às 22h em uma praça pública exposto a todos os perigos?”, questiona o professor, ressaltando a importância da parceira família e escola para o sucesso de ações preventivas em relação ao uso seguro da internet pelas crianças.

A aluna Sophie Mettig achou a roda de conversa “muito importante”, como frisa. “Gostei do conteúdo e tudo o que foi mostrado sobre o cuidado que devemos ter com as pessoas nas redes sociais e na vida real”, diz. “É um tema muito interessante para ser discutido pela sociedade sobre riscos da internet e forma como devemos evitar contato com pessoas estranhas, assim como não usar as redes para julgar os outros e fazer um mal, mesmo sem querer”, conta a colega Lila Adami, que ganhou um celular este ano, mas diz que faz questão de seguir às orientações dadas pelos pais e pela escola.

“Acho importante a gente receber essas orientações na escola e em casa sobre os cuidados necessários, e os adultos também devem ficar atentos para orientar seus filhos sobre os riscos e uso de linguagem ruim, aprendendo também sobre não agredir outras pessoas”, frisa o estudante Rafael Suassuna. “É bom ter em mente que, sem orientação, corremos perigo na internet, por isso é importante estar atento ao cuidado com as pessoas. Foram essas informações que tivemos nessa roda de conversa para pensarmos mais sobre isso a partir de agora”, completa Luana Amorim.

Confira agora algumas dicas para uso seguro da internet 

• Não forneça sua senha para outras pessoas, nem como prova de amor ou amizade.

• Sempre encerre a sessão ao terminar de utilizar seus e-mails, sites de relacionamentos, blogs, etc. 
  
• Evite abrir arquivos de estranhos. Sempre passe o antivírus antes de abrir qualquer arquivo, assim você evita danos ao seu computador.

• Violar direitos autorais é crime! Não pegue o que não é seu. Não copie os dados alheios. 
  
• Sempre faça a menção de bibliografia, do autor, do site, de qualquer material usado para seu trabalho. 
  
• Tirar fotos ou filmar pessoas sem autorização é violação ao direito de imagem. Não publique na internet fotos ou filmagens de pessoas sem autorização. Só fotografe ou filme pessoas que autorizarem você a fazer isso.

Fonte: Cartilha Família Mais Segura na Internet.

Fotos: Secom/CAV.