Clima de gratidão e memórias afetivas marca lançamento de livro sobre Ejacav e Suplecav
"Experiência de Educação com Estudantes Trabalhadores" é uma das ações que marcam os 50 anos do curso noturno do Vieira
“Um povo sem memória é um povo sem história”. A famosa frase da saudosa historiadora e escritora paulista Emília Viotti da Costa foi um dos estímulos para que um grupo de ex-educadores dos antigos projetos de Alfabetização de Jovens e Adultos do Colégio Antônio Vieira (Ejacav) e Supletivo (Suplecav) lançasse um livro sobre as trajetórias de superação dos estudantes que participaram das iniciativas, consideradas um marco do curso noturno do Vieira – obra social jesuíta que atualmente atende a jovens estudantes do Ensino Médio. Com título “Experiência de Educação com Estudantes Trabalhadores”, a publicação foi lançada em clima de gratidão e de muitas memórias afetivas por parte das pessoas que compartilharam tantas histórias em comum e aproveitaram o reencontro para celebrar, juntas, as transformações ocorridas em suas vidas, sejam como estudantes ou educadores.
“Nosso objetivo foi justamente esse: primeiro, deixar uma memória escrita de uma história que foi construída; segundo, agradecer a Deus e a presença de tantos que colaboraram com o noturno, porque acreditavam em sonhos mais elevados adiante”, disse o padre Domingos Minualli, SJ, um dos jesuítas que participaram ativamente da história de mais de 50 anos do curso noturno do Vieira. De acordo com os registros da biblioteca do colégio, as aulas à noite tiveram início em 1969 com uma ação social de ex-alunos que atuavam como voluntários na alfabetização de pessoas carentes no bairro do Garcia, sob a liderança do padre Ugo Meregalli, SJ, então educador do Vieira.
No lançamento do livro, em celebração eucarística realizada na Capela Santo Inácio, localizada no Colégio Antônio Vieira, Pe. Domingos Minualli, SJ, enfatizou princípios jesuítas de que “seja qual for o ato educativo, tem que ser sempre um ato amoroso e audacioso também”. Ele ressaltou ainda a importância de “acreditar em sonhos mais avançados”. A missa de gratidão foi concelebrada pelo padre Luís Rodrigues, SJ, que também foi um dos educadores do Ejacav e fez questão de vir de Feira de Santana para participar do momento considerado tão especial para todos, repleto também por testemunhos de ex-alunos. A advogada Joselina do Amparo, por exemplo, estava presente. Ela atuava como empregada doméstica e hoje é sócia de um escritório de advocacia, após ter passado pelo Ejacav. “Eu era uma aluna aplicada, bem participativa, ativa mesmo, e havia me encantado com a escola, sobretudo pela formação que vai além do acadêmico, centrada no desenvolvimento do ser”, contou, em reportagem para a Revista Vieirense.
AUTORES
Além do padre Domingos Minualli, SJ, as professoras Maria Ornélia Marques, Marlene Souza Silva, Denize Moura de Jesus Guerra e Maria do Carmo da Silva assinam a organização da publicação, que reúne depoimentos de educadores diversos que atuaram nos projetos. Após a missa, houve uma sessão de autógrafos, no Pátio Centenário, aberta com discurso da professora Maria Ornélia: “A construção desse livro começou de uma forma muito bonita: durante a pandemia, sentimos a necessidade de nos ver, de refletir e rezar e, nesses encontros virtuais, a gente pensou em registrar a história do Ejacav, depois Suplecav, e a ideia foi crescendo, até que organizamos uma comissão, um comitê do livro, que também avaliava condições sociais no país e como as experiências poderiam incentivar outras pessoas, sendo que tudo foi pensado, construído, coletivamente”, contou.
A professora Marlene Silva também se mostrou emocionada. “Na realidade, a experiência do Ejacav nunca saiu de mim. Então, quando o padre Domingos me convidou para escrever esse livro, a minha memória estava muito viva, até porque eu continuo lutando pela educação de jovens e adultos e, para mim, foi importante recuperar essa experiência, agora de uma forma mais sistematizada, pois, com certeza, ela vai ajudar muito as pastorais e todos os processos educativos que a Igreja desenvolve, como um instrumento que vai ajudar muito nesse processo de luta da Igreja pela libertação por meio da educação”, declarou.
EXPERIÊNCIA MARCANTE
Uma das ex-coordenadoras pedagógicas do Ejacav, a professora Maria do Carmo da Silva também é uma das escritoras do livro. “Participar desse projeto de escrita da história do Ejacav, da educação de jovens e adultos do Colégio Antônio Vieira, foi um reviver de todo o tempo que eu passei aqui e atuei no curso e, também, é uma realização pessoal, pois acredito que uma história como essa, como a do Suplecav, Ejacav, realmente precisa ficar registrada, não poderia se perder no tempo. Foi, portanto, de extrema importância essa construção com depoimentos, relatos, dessa experiência que marcou a história de Salvador e da Bahia”.
Para a pedagoga Silvia Marina Palma Sampaio, a experiência do Ejacav e Suplecav foi extremamente importante para estudantes, mas também para educadores. Ela atuou como orientadora educacional do turno noturno, à época. “Isso me deu um embasamento muito grande porque eu vim com a teoria da universidade e aqui, no turno noturno, consegui a prática que eu tanto precisava para caminhar outros horizontes. Creio que escrever esse registro é importante para também incentivar outras pessoas para acreditar que é possível, que os sonhos, os desejos de ser um bom profissional são reais quando a gente quer”.
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Fotos: Secom/CAV.
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