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18.09.25

ARTIGO – Capacitismo: o preconceito estrutural que gera barreiras, alerta Luca Andrade

Integrante do Naic, estudante do Vieira aborda atitudes equivocadas em relação às pessoas com deficiência   

ARTIGO – Capacitismo: o preconceito estrutural que gera barreiras, alerta Luca Andrade

Estudante do Colégio Antônio Vieira, Luca Andrade integra o Núcleo Acadêmico de Incentivo ao Conhecimento (Naic) do colégio, juntamente com outros estudantes que pesquisam temas em pauta na sociedade contemporânea. Mas, antes mesmo de passar a fazer parte do núcleo, Luca, que é uma pessoa com deficiência (PCD), já buscava, até por conta de suas vivências, orientar outras pessoas sobre o preconceito estrutural enfrentado pelas PCDs no dia a dia. Em linguagem clara e direta, ele traz o assunto neste artigo, difundindo conhecimento e evitando a perpetuação de práticas equivocadas. Confira!    

Capacitismo: o preconceito estrutural que gera barreiras
Como atitudes do dia a dia podem reproduzir preconceitos sem que percebamos

Por Luca Andrade, estudante do Vieira, integrante do Naic

Capacitismo é o preconceito contra as pessoas com deficiência. Embora seja uma expressão recente, o preconceito ocorre há séculos. No período colonial brasileiro, por exemplo, evidenciavam-se práticas de capacitismo, quando os povos originários adotavam o ato do abandono aos indígenas com deficiência da época, utilizando como justificativa que esses indígenas com deficiência seriam um ‘’problema’’ para a tribo e que ‘’atrapalhariam’’ o desenvolvimento dela.

O capacitismo se manifesta através de atitudes, frases e expressões estigmatizantes, estereótipos, crenças limitantes e perguntas capacitistas. Além do mais, essa mazela social se baseia na teoria da corponormatividade, que diz que existe um padrão corporal ‘’normal’’ e ‘’perfeito’’, tratando os corpos com deficiência como ‘’inferiores’’ em relação aos sem deficiência. Para além disso, o capacitismo também está atrelado ao conceito ultrapassado de deficiência, que, equivocadamente, trata a deficiência como se fosse algo a ser ‘’consertado’’ e que foca apenas na deficiência, desconsiderando, assim, a pessoa, retirando a dignidade humana dela e perpetuando estereótipos.

Já parou para pensar que uma atitude sua ou uma fala pode reforçar estigmas? Pois é, tratar com pena, infantilizar, se referir apenas a quem está acompanhando a pessoa com deficiência, utilizar diminutivos exageradamente ao conversar, tratar de maneira diferente, ajudar a pessoa com deficiência sem que ela tenha solicitado, superproteger são algumas atitudes capacitistas e que perpetuam um sistema que, historicamente, exclui e invisibiliza, mantendo, assim, pensamentos discriminatórios e pejorativos na sociedade. 

EXPRESSÕES CAPACITISTAS

A fala também contribui para a perpetuação da discriminação. Ao utilizar expressões como “coitadinho”, “portador de deficiência” e “pessoa deficiente”, pensamentos capacitistas são perpetuados, como por exemplo, o de achar, erroneamente, que pessoas com deficiência são pessoas coitadas. O termo correto para se utilizar é pessoas com deficiência. Todas essas atitudes e expressões listadas são capacitistas, pois tratam as PCDs (pessoas com deficiência) como se fossem inferiores e como se fossem pessoas incapazes, fazendo com que crenças limitantes se mantenham. Outra atitude que precisa ser eliminada é a de subestimar as capacidades das pessoas com deficiência, como se fossem pessoas incapazes de realizar atividades do dia a dia como, por exemplo, estudar, trabalhar, namorar entre outras tarefas. Nós podemos, sim, namorar, estudar etc. Deficiência não define ninguém.

Assim como outras formas de preconceito, como o racismo e o machismo, o capacitismo também é estrutural, ou seja, não acontece de forma isolada, individual, com apenas uma ou duas pessoas. Ele advém de uma estrutura que naturalizou práticas excludentes e que, até hoje, são presentes. Por essa razão, evidencia-se a necessidade de combatê-lo. É importante, portanto, lutar contra o capacitismo, estimulando outras pessoas a também mudar atitudes, fazendo com que, juntos, transformemos a sociedade, para que seja mais inclusiva, respeitosa, anticapacitista e igualitária.

Imagens: Secom/CAV e banco de imagens

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