19.08.22

Alfabetização no século 21: o que mudou?

Escola e família precisam estar prontas para acompanhar novo modelo mental da criança do tempo presente

Alfabetização no século 21: o que mudou?

Em um universo em que as famílias vão aos poucos se adaptando às novas formas de aprendizagem no século 21, cabe mais do que nunca à escola estar à frente e oferecer práticas pedagógicas conectadas aos novos interesses e múltiplas habilidades das crianças. O objetivo é promover a descoberta de conhecimentos de forma mais potente e estimulante para elas, sem deixar de assegurar os avanços tão esperados pelos pais e responsáveis nesta etapa escolar.

 A alfabetização, assim, precisa ir muito além das antigas cartilhas, em que até se aprendia, rapidamente, a ler fonemas e juntar sílabas, mas, muitas vezes, sem qualquer contextualização e respeito ao ritmo de aprendizagem de cada criança, como ser individual e social. Afinal, a interpretação de textos, a formação do senso crítico, a argumentação e a percepção de realidade – potencialidades que antes eram sequer cogitadas para a faixa etária – hoje saltam aos olhos nas crianças da geração atual.

“A cada cinco anos temos uma nova geração, e a escola deve buscar sempre atualizar seu currículo e metodologias para atender ao novo modelo mental da criança do tempo presente, sobretudo após a internet, as redes sociais. É por isso que não faz sentido oferecer aos filhos uma escola igual à que os pais estudaram. A educação precisa evoluir para acompanhar as novas gerações”, afirma a diretora-geral do Colégio Antônio Vieira, professora Mariângela Risério, que é mestre em Gestão Educacional e doutoranda em Educação.  

PARA ALÉM DA CARTILHA

Os investimentos na formação constante de educadores fazem parte de um programa anual, inclusive com imersão em estudos e eventuais visitas técnicas em outras unidades educativas no Brasil e no exterior. O objetivo é estar atentoàs abordagens pedagógicas contemporâneas, a exemplo da italiana Reggio Emilia, idealizada pelo professor e poeta Loris Malaguzzi. O diálogo é feito, entretanto, de modo a fazer sentido para os princípios e valores da Pedagogia Inaciana, marco da qualidade educativa dos colégios jesuítas em todo o mundo.

O Projeto Pedagógico do Vieira, portanto, está sendo sempre ressignificado para responder às demandas das crianças e jovens do tempo presente, mantendo-se conectado às suas aspirações e contextos de mundo. No caso da alfabetização, “a proposta educacional busca atender às expectativas do processo de aprendizagem nesta etapa escolar, respeitando o momento de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, com ludicidade, desenvolvimento da consciência fonológica e uso de práticas diversificadas de letramento”, explica a equipe pedagógica dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, coordenada pela professora Adriana Novis, também pós-graduada na área.

As orientadoras educacionais Débora Santana e Cristiani Cravo Guerra atuam junto aos pequenos alunos e famílias

MÚLTIPLAS LINGUAGENS

 “Reconhecer a criança e suas múltiplas linguagens nos desafia a encontrar novos caminhos. Assim, a leitura e a escrita, dentro de práticas contextualizadas, trazem sentido ao processo”, diz a professora Judith Pla Cid (foto abaixo), que integra a equipe do turno matutino. “A alfabetização é definida como um processo de aprendizagem em que se desenvolve a habilidade de ler e escrever de maneira adequada e de modo a utilizá-la como um código de comunicação com o seu meio. A educação precisa, portanto, acompanhar esses tempos, principalmente em se tratando de crianças dinâmicas, lúdicas e cheias de vontade de aprender”,completa a professora Roberta Santino, do turno da tarde. A equipe do Vieira conta ainda com orientadoras educacionais, por série, que fazem um acompanhamento personalizado do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, dialogando também com os pais e responsáveis.

A administradora Livy Assis revela que, ao acompanhar o desenvolvimento do filho Fernando, chegou a achar, em um primeiro momento, que o menino estava tendo dificuldades com a leitura. “Mas logo depois, principalmente após o retorno presencial, notei, de repente, saltos significativos, com uma leitura mais fluida, acompanhando os avanços que ele já revelava na escrita e na interpretação de mundo, mostrando que era mesmo uma competência que estava sendo trabalhada pela escola dentro do ritmo de aprendizagem dele”, conta. Ela destaca o apoio que teve da equipe pedagógica do Vieira, orientando, “sempre de forma muito afetiva e atenciosa”, sobre a importância de uma alfabetização para o tempo presente, inclusive em suas conexões com o futuro.

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