Exposição de fotos é aberta no Vieira estimulando ‘novo olhar’ para povos indígenas

Com discurso do indígena Taquari Pataxó, o Colégio Antônio Vieira abriu esta semana a exposição Muká-Mukaú, do fotógrafo baiano Pedro Nunes. São fotos, a partir do olhar sensível e singular do artista, que revelam a beleza das expressões, rostos e da cultura do povo pataxó, no sul da Bahia. Muká-Mukaú, em patxohã (idioma pataxó), significa “Unir e Reunir”.
A mostra pode ser visitada pela comunidade vieirense, no hall de entrada do Vieirão, até o final de agosto, numa promoção da Coordenação de Projetos Culturais da instituição. O evento integra a programação do Ano Inaciano que propõe “ver novas todas as coisas em Cristo”, incluindo um novo olhar para as questões indígenas.

PAPEL DA ESCOLA
“A Educação precisa, de fato, acolher a temática indígena, sobretudo, em Salvador, cidade erguida em território tupinambá. É importante trazer mostras fotográficas sobre os povos originários do Brasil, assim como produções assinadas pelos próprios indígenas hoje também muito presentes nas artes plásticas, na música, na literatura e no cinema”, frisou Taquari Pataxó, ressaltando o significativo papel das escolas para contribuir para que a sociedade possa desenvolver uma nova postura em relação às questões indígenas.
“É fundamental esse movimento da escola, evitando folclorizar os povos indígenas até porque somos povos que têm autonomia, cultura, história, conhecimentos diferenciados e devemos ser respeitados por nossa diversidade, como sujeitos contemporâneos da sociedade – e não apenas como uma figura do índio do passado, visto como algo ultrapassado, selvagem, em que só se tem interesse pelos acessórios usados. Ao contrário, estamos dispostos a contribuir com o avanço do nosso país, a dialogar com a sociedade para que o Brasil possa se reconhecer, de fato, quanto à sua identidade, formada pela diversidade de cultura e povos”, completou o indígena. Estudante de Direito, Taquari Pataxó foi o convidado especial da abertura da mostra no Vieira, onde esteve acompanhado pela esposa e filha.

DAR VOZ E RESPEITAR
O fotógrafo Pedro Nunes, que morou durante anos perto de uma aldeia, destacou o quanto é fundamental “dar voz aos povos indígenas”. Sobre a mostra, ele destacou que “mais importante do que fazer os registros dessas comunidades, torná-los público e de conhecimento da população não indígena é fundamental para que exercitemos o respeito e possamos desconstruir o que, muitas vezes, existem apenas no imaginário das pessoas”, como frisou. “Trazer para as crianças, adolescentes e toda a família vieirense alguns relatos e imagens dessas experiências que tive a oportunidade presenciar, desde o ano de 2016, será de fundamental importância para estreitarmos os laços com esses que foram os primeiros habitantes desse País”. No Brasil, são 305 povos indígenas, com 274 línguas distintas.

A diretora-geral do Vieira, professora Mariângela Risério, a coordenadora de Projetos Culturais, professora Sálua Chequer, entre outros professores e colaboradores da instituição prestigiaram a mostra, assim como estudantes do Ensino Médio Noturno. “A exposição é bastante motivadora para os estudos sobre a nossa cultura, incluindo toda a cultura dos povos indígenas que, muitas vezes, não é valorizada da maneira correta. Essas fotos, com tanto significado em apenas um clic, são um incentivo para buscar conhecer mais sobre a nossa cultura e a nossa realidade”, concluiu a estudante Marília Carvalho, do EM Noturno. A mostra também está sendo visitada pelos alunos do diurno, completando atividades pedagógicas em determinadas séries.
Confira mais fotos da abertura da exposição!
Fotos: Secom/CAV.
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