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23.04.18

Compartilhando histórias e sonhos

Confira a entrevista de Bel Borba para a Revista Vieirense 2018.

Compartilhando histórias e sonhos

O nosso ilustre ex-aluno, Bel Borba, retorna ao Vieira no momento em que prepara um livro que marca os seus 50 anos de criação e traz para o Colégio a exposição “O Olhar Material”. Nesse bate-papo para a nossa revista, ele, relembrando diversas passagens da sua época como estudante, destaca o contato com os alunos como uma experiência inspiradora, e faz um apanhado de importantes ações feitas por ele nos últimos anos. Vale a pena conferir!

Revista Vieirense: Como é voltar ao Vieira, dessa vez, para compartilhar um pouco da sua trajetória com os alunos?

Bel Borba: Estar no Vieira é sempre muito emocionante, pois até hoje meu círculo social de amizade e nas viagens que faço sempre encontro pessoas que estudaram aqui. Temos inclusive um grupo muito próximo que ficou da festa que fizemos para marcar os 40 anos de pós-vestibular. Tenho contato com um grupo expressivo de ex-vieirenses. Saí do Vieira em 1975 e voltar aqui é sempre emocionante, porque nós tínhamos uma vida aqui. Recordo que chegava 1 hora da tarde, muitas vezes até antes disso, para conversar do lado de fora, e saía depois das 19 horas. É um lugar que sempre foi muito aprazível, com jardins e salas amplas. É interessante notar que muita coisa foi conservada, e isso faz com que seja possível sonhar e viajar no tempo.

RV: Você realiza um trabalho itinerante nas escolas. Como é esse processo?

BB: Faço esse contato com boa frequência nos colégios, alternando instituições públicas e privadas. Essa exposição inicia a sua itinerância a partir do Colégio Antônio Vieira. Quando eu fiz a exposição em um grande shopping de Salvador, tive a possibilidade de acordar com eles a itinerância pelas escolas da cidade, e fico feliz por termos dado o primeiro passo aqui nesse formato de trazer esculturas, fotos, palestra e vídeos.

RV: Como você avalia essa possibilidade de interação?

BB: Estar com esses alunos aqui me fez voltar no tempo, me vendo neles. Acredito que ter a chance de mostrar como meu trabalho teve uma grande repercussão em outros países pode estimular esses estudantes tanto nas artes como em qualquer carreira que eles escolham.

RV: Qual a concepção dessa exposição?

BB: A maior parte do trabalho mostrado são intervenções. Muitas delas fizeram parte de um longa-metragem intitulado “Bel Borba aqui – O homem e a cidade”, feito por iniciativa da Universidade de Boston (EUA) pelo Urban Art Institute, voltado para intervenções urbanas. Esse material também se desdobrou em um grande livro. O longa participou de alguns festivais pelo mundo, entre eles o de Cartagena, esse em especial, pois houve a dublagem dos trailers para a comunidade, atingindo muitas pessoas que nunca tinham ido ao cinema, e o filme foi exibido em um grande museu. Essa foi uma das maiores homenagens que recebi até hoje.

RV: Essa relação com a comunidade é uma das principais características do seu trabalho?

BB: Certamente. Eu destaco também a reutilização de materiais, que sinaliza uma direção para as questões ambientais. No entanto, a relação com a cidade é uma outra característica que tenho. Por exemplo, tenho frequentado Montreux, na Suíça, há cinco anos, e já tenho uma relação com a cidade por ter exposto o meu trabalho com exposições e intervenções em diversos eventos. Isso me aproxima muito, e acaba se tornando uma das minhas marcas pelo diálogo que consigo estabelecer com a comunidade.

RV: De que maneira você enxerga a arte hoje?

BB: A minha trajetória dentro do cenário artístico me colocou como um modelo de um artista que pode conduzir a sua carreira atraindo colecionadores, e tendo pessoas que adquirem as suas obras, independentemente de estar inserido nos grandes circuitos. Atualmente, com as convergências de tecnologias, há meios para fazer com que o trabalho apareça e circule. Nós vivemos hoje a era do compartilhamento e arte é compartilhamento. É você ter uma ideia nos mais diversos temas e usar a sua formação, habilidade, talento e discurso para compartilhar um pensamento. O artista é um pensador e a arte é sempre fruto de uma reflexão.

RV: Qual mensagem você gostaria de deixar neste momento para outros ex-alunos do Vieira?

BB: Eu gosto muito do que a gente chamava de “Família Vieirense”. Vivíamos em um mundo diferente, mas estar aqui novamente faz com que a gente perceba que as relações são as mesmas. Acho que o sentimento de ter pertencido a essa história é como um parentesco que não se acaba. É um laço permanente, e acredito que além do senso de justiça, princípios e ética que eu tive em casa com pais advogados, tenho certeza de que fui preparado para os princípios do universo jesuíta, do qual eu tenho muito orgulho.

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