Bosque do Vieira é nova sede da ‘Ocupação Arte Comprida’, de Augusto Leal
A mostra, que já circulou pelo MAM e espaços de arte de São Paulo, traz peças interativas e de reflexão sobre temas como racismo e meio ambiente
Como parte das comemorações pela passagem do Dia de Santo Inácio no último dia 31, o Colégio Antônio Vieira traz para a comunidade escolar a Ocupação Arte Comprida, do artista baiano Augusto Leal. Com peças interativas que remetem a questões sociopolíticas, sobretudo às relacionadas ao meio ambiente, a mostra foi instalada no Bosque do Vieira, convidando os estudantes a não só interagir com as peças, mas também refletirem sobre os temas trazidos à pauta pelo artista: como racismo, relação com o poder e preservação do meio ambiente, alinhando-se com a missão humanista cristã liderada por Inácio de Loyola, que fundou, no século XVI, a Companhia de Jesus, ordem religiosa da qual faz parte o Vieira.
Conforme explica Augusto Leal, os trabalhos foram feitos a partir do tronco de um Ipê que foi destruído em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. O título da mostra é uma alusão ao antigo nome da cidade, terra natal do artista e que anteriormente era chamada de Água Comprida. Na abertura, no último dia 27, Augusto Leal falou sobre as provocações trazidas pelas peças e, especialmente, sobre o sentimento de trazer a Ocupação para o Vieira.
O artista também explicou a proposta do trabalho para os estudantes que participaram da abertura do evento e que logo buscaram interagir com a composição “Memórias de um Ipê”, além de peças, como “Gangorra” e “O Jogo!”. Na primeira, ele desloca o sentido original do brinquedo, convidando o espectador a pensar sobre novas formas de relação com o poder. Já a instalação O Jogo! convoca o público a pensar, a partir da disposição das traves de gol e suas cores, sobre as formas de operação do racismo no Brasil e as oportunidades cerceadas à população negra.
ARTE ESSENCIAL
Na oportunidade, a diretora-geral do Vieira, professora Mariângela Risério, falou da importância do olhar sensível da arte para a natureza, citando uma frase do escritor Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta”. Já a coordenadora de Eventos Culturais do Vieira, professora Sálua Chequer, lembrou do Projeto Ar de Arte, enfatizando que “como o ar, sem arte não dá para viver”, mas se referindo, particularmente, ao trabalho de Augusto Leal “por ter sempre uma relação com o coletivo, com a comunidade, chamando a atenção sobre toda uma vida que circula em volta das árvores e o quanto se perde, em todos os sentidos, quando ficamos sem alguma delas”. Outros representantes da equipe pedagógica também participaram do evento, assim como a equipe do Serviço de Orientação Religiosa e Pastoral (Sorpa), que fez uma apresentação musical.
A Ocupação Arte Comprida já circulou por diversos espaços de arte e cultura do país, como o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) e, em São Paulo, as oficinas culturais Oswald de Andrade e Alfredo Volpi, além do Museu da Favela, tendo participado também de eventos, como a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e na 11ª Mostra 3M de Arte, no Parque Ibirapuera, na capital paulista.
Confira agora mais momentos do dia da abertura da Ocupação Arte Comprida no Vieira!
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