ARTIGO – A Sociedade do Cansaço, por Sérgio Silveira
Confira artigo publicado na revista Viver Vitória
Prof. Sérgio Silveira é pedagogo, doutorando em Educação, mestre em Gestão Educacional e especialista em Gestão de Pessoas e, também, em Neurociência e Comportamento. É diretor-geral do Colégio Antônio Vieira e membro da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec-BA). Neste artigo, publicado na revista Viver Vitória, ele traz reflexões sobre cobrança de produtividade excessiva, saúde mental e importância de se reconectar com a própria essência. Confira!
A SOCIEDADE DO CANSAÇO
Por Prof. Sérgio Silveira
EM UM MUNDO QUE EXIGE PRODUTIVIDADE CONSTANTE, CUIDAR DA MENTE É O NOVO ATO DE CORAGEM. A RECONEXÃO COM A PRÓPRIA ESSÊNCIA SE TORNA UM CAMINHO DE EQUILÍBRIO E RESISTÊNCIA
O livro A Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han, tornou-se uma das obras mais influentes para compreender os desafios psicológicos e sociais do nosso tempo. Han argumenta que, ao contrário das sociedades disciplinares do passado, vivemos hoje sob o imperativo do desempenho, pressionados a sermos sempre produtivos, eficientes e positivos.

Tal lógica transforma cada pessoa em “empresário de si mesma”, levando a uma autovigilância exaustiva e a uma cobrança interna ainda mais dura do que a imposta por qualquer autoridade externa. Alguns dos resultados são: explosão de doenças como depressão, burnout e transtornos de ansiedade – sintomas de uma sociedade que não permite pausas nem fracassos. Diante desse cenário, somos inevitavelmente convidados a repensar o modo como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.
Num contexto marcado pelo ruído e pela aceleração, a reconexão consigo mesmo e com os outros se apresenta como uma necessidade vital para que o indivíduo compreenda suas emoções, necessidades e limites, resgatando uma identidade mais autêntica e integrada. No ritmo acelerado da contemporaneidade, que valoriza a produtividade acima de tudo, cuidar da mente é um ato de resistência e autocuidado. A saúde mental é um dos alicerces para enfrentarmos os desafios da “sociedade do cansaço”, e investir em práticas que promovam o equilíbrio emocional colabora para a prevenção do adoecimento psíquico.
RENOVAÇÃO INTERIOR
Diante da fugacidade das relações — e da consequente solidão e sensação de vazio existencial —, a solitude se constitui como o estado de estar bem consigo mesmo, em contato com a própria história e essência. É um momento de reencontro, onde podemos ouvir nossas emoções, revisitar nossas raízes e compreender nossos desejos e medos.
Ao valorizar a solitude, qualificamos nosso tempo e podemos dar mais sentido aos momentos de pausa, tornando-os oportunidades de renovação e fortalecimento interior. Esse reencontro consigo mesmo é uma oportunidade para viver de forma mais plena e consciente, sobretudo em uma era em que o tempo se tornou recurso mais valioso. Qualificá-lo implica escolher como e com quem investir nossas horas, priorizando experiências e relações que tragam significado e bem-estar. Isso exige coragem para dizer não ao excesso de demandas e sim ao que realmente importa, como saúde, afeto, presença e autenticidade.
Fotos: Oásis Clube do Livro e Secom/CAV
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